segunda-feira, julho 31, 2006

Em Porto Alegre

Pra quem não sabe, morei no sul. Porto Alegre para ser mais exato. Fiz contato com o pessoal do PALEGRE - que é um blog daquela bela cidade - e acabei fazendo acerto para postar minhas desventuras numa série de crônicas a serem publicadas à medida que eu tiver a possibilidade...
A primeira delas está aqui . Conforme surgirem novas, vou avisando a vocês.

quarta-feira, julho 26, 2006

Campanha troque seu Orkut por um blog


O Zero, blog responsa, criou essa campanha/manifesto.
Dever de garçom que se preze é informar as novidades à sua clientela, prestando o devido apoio a campanhas desse tom.
Apoiado!

PS.: no título deste post, link para a campanha...link para o blog aqui

terça-feira, julho 25, 2006

Imagens

Estava contando essa história pra Cris:
Conhecem o Monarca? É um bar que tem na Luís Coelho com a Augusta...que é a mesma esquina do BH, mas é a outra, sacaram? Pois...fui com a Re e a Kellen nesse bar hoje, por a conversa em dia. Lá pelas tantas, reparo que no BH se senta uma moça punk de costas pra nós, sozinha ao lado de uma mesa cheia de caras. Tempos depois, a mesa cheia de caras fica vazia.
Mais tempos depois e na mesa do lado da punk senta - também de costas pra nós - um cara bem, como se dizia nos oitenta, yuppie.
Chamei a atenção da mesa para a cena, era realmente algo plástico...bonito...diferente...e de repente parou um carro na nossa calçada bloqueando a visão. Esquecemos o assunto.
Pagamos a conta, íamos saindo e a Re me chamou a atenção pra onde antes estava sentado só o yuppie. A punk estava sentada com ele. A conversa fluia. Me arrependi de não ter uma câmera pra flagar toda a sequência...


A Cris sentenciou:
"A Punk levada da breca" - piada para o público oitentista.

quarta-feira, julho 19, 2006

Todos os Nomes

Tenho uma dificuldade tremenda para guardar nomes. Lá pela quinta ou sexta vez que ouço o nome da pessoa olhando seu rosto é que vou guardar que aquele(a) é o fulano(a) ou o ciclano(a). Isso já me rendeu embaraços, por certo. O Veríssimo já contou em uma das suas crônicas o aperto por que passamos quando encontramos alguém de quem não lembramos o nome. Não contou, porém, de quando temos que apresentar esse alguém pra outra pessoa. Não contou de quando estamos lá, na mesa do bar, interagindo com alguém de quem não lembramos o nome.

Para essas situações, apresento ações de fácil (ou nem tanto) execução:

a) você sabe que conhece essa pessoa que chegou na mesa de bar que você compartilha com amigos mas não se lembra o nome:

1 - o cínico: "Olha, esses são "o pessoal ", esse é você , se apresentem aí que acho isso uma bruta frescura." Reparem que, grosseiramente, chamamos a pessoa que chegou de "você" e, pelo bizarro da situação, ela nem percebeu.
2 - o educado: "Pô! Que legal te ver, estava aqui tomando uma cerveja com o X e com o Y. Olha! - apontando para o(a) que acaba de chegar - esse(a) aqui é um(a) grande amigo meu." A educação faz o resto...

b) Você está efetivamente interagindo com a pessoa da qual você não lembra o nome, e tenta desesperadamente aliviar a memória.

1 - O grafólogo: Meu! Aprendi um negócio bárbaro! Chama grafologia: você escreve seu nome aqui nesse guardanapo que vou desvendar traços da sua personalidade...
2 - O psico: "Então, vou te pedir um negócio estranho..." - segue-se diálogo pertinente - "Me empresta sua identidade? Sou fissurado em ver foto de identidade..."
Atenção! Não usar com pessoas do sexo oposto por quem se nutre certo interesse. Corre-se o risco de pôr tudo a perder.

segunda-feira, julho 17, 2006

O Negociador


Batendo todos os recordes no quesito "levar vantagem", um canadense chamado Kyle MacDonald conseguiu uma casa após uma seqüência de 14 rodadas de troca de produtos.

O bizarro é que o primeiro produto que ele ofereceu foi um clipe vermelho de papel - por sinal, esse aí ao lado - que trocou por uma caneta em forma de peixe, que trocou por um fogão de acampamento, que trocou por um gerador, que trocou por um kit de chope, que trocou por um snowmobille, que trocou por uma viajem, que trocou por um contrato com uma gravadora, que trocou por um ano de aluguel em uma casa e assim sucessivamente...
Ele conta toda a história em seu blog.

domingo, julho 16, 2006

Novo "leiaute"

Taí...uma reforminha básica no boteco...arrastei umas mesas e dei um tapa no balcão que agora exibe também alguns atalhos para outros lugares de interesse desse garçom (aceitamos sugestões!).
Digam lá o que vocês pensam.

quinta-feira, julho 13, 2006

Super-Homem


Estava fuçando no Google Earth tentando achar minha casa.
Voar como o Super-Homem é moleza. Difícil mesmo é achar a sua casa lá de cima!

O fim do Mundo

O Renê, amigão, esteve no Bourbon Street, que pra quem não sabe é um bar onde rola basicamente blues.
A política da casa diz que se você e seus amigos não conseguirem encher uma mesa, devem permitir que outras pessoas façam uso das cadeiras que sobram. O resultado é que invariavelmente você acaba sentando com pessoas que não conhece. Vá lá...para pessoas com alto grau de sociabilidade como o Renê, isso não é problema. Menos problema quando as pessoas estranhas que sentam à mesa com você também tem alto grau de sociabilidade. E foi o que passou nessa ida do Renê ao Bourbon Street.
Contou que lá pelas tantas, falando da vida, descobriram que entre a turma dele e a turma dos desconhecidos haviam amigos que tinham trabalhado juntos na Alemanha, na mesma época, fazendo o mesmo trabalho. Iam por essas quando a eles se juntou outra menina desconhecida que ouviu a história e comentou que um tio dela havia chefiado uma equipe de brasileiros que estava fazendo esse trabalho X, onde? Na Alemanha.
Pra mim o fim do mundo vai ser exatamente isso: um dia vai acontecer a coincidência definitiva. Será o esgotamento de todas as probabilidades de um fato acontecer com uma única pessoa isoladamente. Que viagem!

sexta-feira, julho 07, 2006

Pedido encarecido

Aos anônimos - não tão anônimos - que postam nesse humilde espaço, peço a fineza de deixar mais contatos. Tantos os comentários bacanas de pessoas com quem não tenho contato, tantas as pessoas que deixam sua marca na mesa do bar com uma frase definitiva, um gesto expressivo que, dento da minha alucinação, quero conhecer a todos e dar meu abraço. Deixem aí seus contatos, após comentarem. Parênteses: tópico destinado aos desconhecidos, que os conhecidos sabem que meu abraço é ad infinitum.

quarta-feira, julho 05, 2006

Uma última coisa sobre a Copa

Acho que tudo que podia ser dito sobre a Copa - incluindo aí, e com o devido grifo, o papelão do escrete canarinho - já foi dito e redito. Mas olhando o Almanaque da Folha - seção online de história do jornal - vi um texto publicado por ocasião da vitória em 58. Duas coisas que me chamaram a atenção: o cuidado com o texto esportivo da época, que recebia o mesmo tratamento de qualquer texto do jornal; não existia o modismo de transformar os textos futebolísticos em uma bobajada que se equilibra entre pseudo-literatura (vide as tentativas ridículas do Pedro Bial de fazer crônica esportiva no Jornal Nacional) e o fanatismo/ufanismo imbecil (pra citar um nome: Bobueeeeenooo!!!). Outro aspecto, especial para mim tão apreciador da crônica, foi o singelo texto escrito por dois jornalistas que foram à rua no momento da final entre Brasil e Suécia as imagens capturadas são uma delícia. Segue a íntegra desse texto e o link para vocês buscarem mais dessas pérolas, que não se resumem ao mundo da bola.

Almanaque da Folha

"ATENÇÃO, BRASIL!... ATENÇÃO, BRASIL!... vai ser iniciado o jogo..." Desse grito nervoso até aquele outro, em que o locutor, com o coração na garganta, anunciou o último apito do árbitro - BRASIL, CAMPEÃO!... BRASIL CAMPEÃO DO MUNDO!... - transcorreram quase duas horas de emoção para homens fortes, duas horas de um "suspense" jamais registrado em nossa história esportiva. Quando a Suécia abriu a contagem, houve um princípio de colapso cardíaco em cada coração e caíram as primeiras lágrimas de tristeza. Mas logo o Brasil empatou e então os corações se abriram num entusiasmo só e caíram as primeiras lágrimas de alegria. Em todas as praças da cidade, em todos os lares, nos cárceres, nos campos dos arredores, nas mansões grã-finas do Jardim América e nos botecos sujos dos arrebaldes, centenas de milhares de homens saltaram de alegria, gritaram e confraternizaram-se. SEGUNDO GOL. Na praça da República o povo explodiu e a multidão ergueu-se como em obediência a uma ordem de comando. Uma senhora caiu desmaiada aos pés do repórter e um nissei, que antes parecia impassível, enfiou o rosto nas mãos e chorou de emoção e alegria, enquanto a artilharia dos foguetes juninos explodia no céu e sua fumaça se confundia com a impressionante chuva de papel picado que descia dos arranha-céus.

O PRIMEIRO INDIFERENTE

Quando saímos para esta reportagem, notamos o ascensorista tranqüilo como um hindu.

- O jogo não o emociona?

- "Não vou ouvir a irradiação. O coração, sabe?"

Saímos à rua. Rostos pálidos, sorrisos forçados por todos os cantos. Percorremos as praças e ruas do centro. Gente sentada na grama dos parques, no chão, sobre carrinhos de ambulantes. Carros parados, homens nervosos andando de lá pra cá. E o silêncio, um silêncio quase lúgubre. Finalmente, começa o jogo. Aumenta o nervosismo, os gols se sucedem e os ataques de lado a lado, sempre perigosos. Quando a Suécia abriu a contagem, um jovem, na praça do Patriarca, jogou-se no chão. Ergueram-no e ele, quase sem sentidos, começou a arrancar os cabelos de desespero.

- "Meu Deus!... Meu Deus!... Estamos fritos!... Quando o Brasil empatou, o mesmo jovem saiu em disparada, aos berros:

- "Ganhamos!... Ganhamos!..."

- "Esse vai enlouquecer hoje." Comentou uma senhora.

Vavá marcou outra vez e colocou o Brasil em vantagem. Então todos enlouqueceram, inclusive a senhora que temera pela razão do rapaz nervoso. Ela abraçou um guarda.

A multidão dançava na praça. A artilharia foi mais forte e a chuva de papel picado desceu outra vez.

Acabou o primeiro tempo, começou o segundo. Quase ninguém notou o intervalo:

- "Quanto falta?"

- "Falta muito?"

- "Meu Deus, o tempo não corre!"

- "Goooooool! Goooooool do Brasil!" - gritou o locutor. Aí, não pudemos notar nada, nem registrar nada. Mal percebemos que fora Pelé o autor do tento, porque um homem nos agarrou com lágrimas nos olhos e começou a beijar-nos desesperadamente. Quando nos largou, ouvimos um homem gritar:

- "Adeus, vice"... Adeus, vice!... É nooosso! É nooosso!"...

Prossegue o jogo e as perguntas se sucedem:

- "Quanto falta?"

- "Faltam dez."

- "Você está louco" Está no finzinho, velho!"

As cenas se repetiram na marcação dos outros dois gols.

FECHOU O MERCADO CENTRAL

O Mercado Central fechara suas portas. O administrador ficou com medo de que os foguetes da vitória fizessem ruir o prédio. Prudência elogiável, porque as casas especializadas esgotaram seus estoques de bombas juninas. Pela manhã, os maratonistas da federação de atletismo cobriram os 20 quilômetros em menos tempo. Vimos 2 deles depois, na cidade, vibrando com o futebol que sempre consideram inimigo do esporte amador.

"TEEEEEERMINOU O JOGO! BRAAAAAASIL CAMPEÃO!"

A voz do locutor veio do céu. Do céu veio a bênção para o povo, que dançou mais do que nunca, numa alegria talvez mais forte do que aquela que anunciou o fim da guerra ou que assinalou a chegada dos pracinhas da FEB. Alegria de lágrimas, alegria de abraços. O povo está em festa nas ruas e grita:

VIVA O BRASIL!... VIVA O BRASIL!...

Aí cruzamos com o segundo indiferente. Um jovem alto, com óculos de intelectual. Vem sereno pela av. São João, um livro sob o braço.

- "Não está emocionado?"

- "Nem liguei para esse jogo. Quem ganhou?"

- "O Brasil, menino! O Brasil!..."


Métodos Modernos de Tortura Feminina

Estava aqui, sentado no sofá ao lado da Rê enquanto ela depilava a perna (com cera! - ela disse depois de ler o texto). Que pavor! Reconheço que somos todos frouxos, os homens. Reclamamos de fazer a barba, vejam só vocês, quando a mulher desde a adolescência é preparada para as dores do mundo, estéticas ou não: lingeries (visivelmente uma invenção masculina), saltos altos, o parto, filhos que vão embora, maridos que chegam tarde reinvidicando o jantar...
Meninas, representando sua unida categoria, está aqui ao meu lado a Renata, sofrendo mas recebendo meu profundo amor e, débil, solidariedade.