segunda-feira, julho 23, 2007

Anti-guia botequeiro 1 - Casa do Norte Feijão de Corda


Ali na Casa Verde é domingo e faz silêncio, que por sua vez é quebrado por uma ou outra criança, um latido de cachorro, adolescentes que passam com suas mobiletes caseiramente envenenadas e os suspiros de satisfação de quem está sentado numa mesa da Casa do Norte Feijão de Corda.
Dica quentíssima do Cabral, o bar foi escolhido para inaugurar este anti-guia por preencher todos os quesitos expostos no nosso manifesto.
Era domingo, dizia, e o sol garantia a luz ideal para transformar qualquer cantinho, fresta, bicho, gente, em fotografia. Barrigas roncavam e bocas salivavam pelo prometido baião de dois que seria servido ali no botequim "simples, viu gente", nas palavras do Cabral.
O atendimento do garoto "recém-chegado do norte", segundo o proprietário do lugar, foi um primor. Tímido a princípio, característica do bom garçom que está esperando as gentilezas do novo freguês para começar a buscar as cervejas mais geladas do fundo, "aquela que você guardou pra você, por favor". Foram as gentilezas, e vieram as cervejas.
No cardápio farto em quitutes do norte, o Baião de Dois gritava por nossa atenção, ao que respondemos: "com carne-de-sol, por favor". Como entrada, costelinhas com mandioca frita e manteiga de garrafa, o que aumentou nossa sede.
A tarde corria frouxa, o riso saia frouxo e o sol ia baixando, junto com as pálpebras.


A versão de Bibi
(a cada dica a visão de Bianca, representante do público feminino botequeiro)

Um prazer gustativo que beira o sensual, com toques de tempero e textura que quase me lembram a areia de Boa Viagem que vinha de brinde com o prato quando vivi lá. Foi essa a sensação que tive ao saborear o Baião de Dois da Casa do Norte Feijão de Corda... sem o excesso de areia e o sol escaldante da praia de Boa Viagem... foi aqui mesmo, na esquina de casa... que delícia!

A casa começou na R. Carandaí há uns cinco meses, em uma pequena lojinha que comportava um balcão embaixo e algumas mesas em cima, junto com a cozinha mágica. As mesinhas começaram a pipocar na calçada e resolvemos provar a comida que atraía tanta gente. A gentileza do chef (que também é dono), de sua esposa, a comida impressionante e a temperatura exata da cerveja chamaram nossa atenção, mas a estrutura física ainda não nos permitia compartilhar essa pérola com o mundo (pois nossos amigos não caberiam nas mesas). Tal problema foi solucionado com a mudança da casa para uma instalação de esquina, com mesas em número suficiente, banheiros para meninas e meninos (nos quais eles estão trabalhando, mas que ainda não atingiram o nível de excelência considerado ideal por esta que vos escreve... mas que ganha um crédito pelas florezinhas caprichosamente colocadas na pia), um solzinho gostoso que bate nas mesas da calçada, sem exagero ou necessidade de protetor solar e a fabulosa recepção quase que familiar dos donos da casa.

Vale a visita, para ter o prazer de degustar os acepipes temperados perfeitamente (sem exageros ou excessos de coentro)... Então vai lá ver...

Tão vale a pena!



Serviço:

O quê?
Casa do Norte Feijão de Corda
Onde? Na esquina das ruas Carandaí e Jaboatão, na Casa Verde, zona norte.
Tem Telefone? Tem.
E qual é? 3857 1719
Quantos foram? 5 pessoas
Tamanho do estrago: foram consumidas uma porção de costelinha com mandioca, um baião de dois com carne-de-sol grande (serviu bem cinco pessoas), uma caipirinha de Salinas, uma dose de Salinas e quantidade incontável de cerveja. Tudo por R$18 por cabeça.

Fotos by Carlos Cabral, o fotógrafo que puxa o cobertor e descobre o Brasil.

domingo, julho 22, 2007

Manifesto anti-guia

Responde uma coisa pra mim: quantas vezes você não se pegou num sábado ou domingo quando o sol convidava para sair de casa tomar uma geladinha e comer uns negocinhos com uns amigos jogando conversa fora e se perguntou: "onde?"
E depois de se perguntar "onde?" correu pra um guia de jornalão ou revistona, ávido por uma dica de lugarzinho ao sol onde pudesse descansar o corpo, garrafas às dezenas vazias na sua frente, pratos raspados, olhos mareados de sonolente satisfação?
E depois de escolher um entre dúzias de lugares cujos nomes não dizem nada, cujos preços exorbitantes convidam ao estoicismo, em regiões distantes que sugam a última gota de sangue bandeirante que corre na sua veia, você chega a um lugar sem vaga para estacionar seu carro, sem mesa para estacionar os amigos, sem garçom para suprir a demanda de cerveja...essa cena lhe é familiar?
E se alguém te convidasse para uma cervejinha domingueira num bar a poucas quadras de sua casa? Lugar em cuja porta você sempre passou apressado para o trabalho e para onde , uma ou outra vez lançou um olhar curioso, mas preferiu confiar na sensibilidade e tino jornalísticos de "profissionais que resenham os melhores bares da cidade"? Faça um exercício: passe por esse bar no domingo à tarde e contemple as pessoas com semblante satisfeito, dezenas de garrafa à frente, pratos raspados e olhos mareados.
Sim! Há vida no seu bairro. Há lugares que não constam no mapa da grande imprensa e onde se pode encontrar ambiente amigável, cerveja gelada e bons acepipes da culinária botequeira. Mais! Há lugares no seu bairro onde se pode provar da rica culinária brasileira, sem pressa, sem briga por mesa, sem briga por vaga ou por um manobrista.

Temos uma proposta pra você: regularmente iremos postar neste espaço uma dica de um lugar bacana em algum ponto desta São Paulo. Haverá o texto deste seu garçom, as fotos supimpas do amigo Cabral e alguns pontos altos como a colaboração da Bianca, esposa do Cabral, que nos dará a visão feminina do lugar resenhado - itens indispensáveis ao gênero como a usabilidade do banheiro e a variedade do cardápio estarão em pauta nos seus pitacos - além dos "positivo" dos queridos Rogério e Isabelle, jornalistas e botequeiros de mãos cheias (quatro ao todo).

Não meus caros, não ficaremos só nisso. Queremos convidá-lo para fazer parte desse "mapeamento botequeiro fora do gibi". O nosso espaço está aberto para sua sugestão de lugar que valha a pena, só lembre-se de respeitar alguns pré-requisitos a saber:

- tem que ser um bar de bairro (nada de filial de um determinado bar)
- nada de ambientes assépticos e metidos a besta, como aqueles bares inaugurados ontem com cara de bar dos anos 30.
- tem que ter algum petisco ou prato que seja especialidade da casa, um chope bem tirado ou uma grande variedade de cervejas e/ou cachaças pode ser estudado.


Sim amigos, mais do que um guia este espaço vai ser uma grande troca de figurinhas e experiências. E a grande prova de que nós, como botequeiros, podemos e devemos andar com nossas pernas, usar nosso próprio olfato e nosso espirito desbravador.


Aguardem novidades a partir de amanhã! (ou no máximo terça..haha)
Saúde!

quarta-feira, julho 11, 2007

Eu sou o Lanterna Verde...e vc?


You are Green Lantern
























Green Lantern
80%
Superman
70%
Spider-Man
60%
Supergirl
50%
Iron Man
50%
Wonder Woman
45%
Batman
45%
Robin
42%
Hulk
35%
The Flash
30%
Catwoman
5%
Hot-headed. You have strong
will power and a good imagination.


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quarta-feira, julho 04, 2007

Um girassol da cor...

Vai daí que você está sentado e adentra um girassol no bar. Não andando, fique claro. Carregado, que é a natureza das flores colhidas. Espanta? Espantei.
Gosto de girassóis. No duro! Sabem aquele papo de que girassol, nos campos de girassol, segue a luz solar conforme passa o dia? Verdade. Já vi.
E esse era dos grandes; redondo, repolhudo, solar. Atravessou o bar e sentou na mesa atrás de mim aquele girassol, que acha de aparecer num bar à noite, plena rua Augusta. Penso no girassol buscando a luz fria e branca do boteco, saudoso que deve estar da nossa estrela. Ou seguindo o farol de algum dos vários carros que seguem rua abaixo, ou acima.
As cabeças nas mesas é que se viram, curiosas sobre seus caules de pescoço, seguindo o girassol que adentrou o bar.