segunda-feira, dezembro 26, 2005

Férias

Aos fregueses cativos: esperava durante estas férias estar em contato com um computador que me permitisse atualizar este espaço e contar dos lugares fantásticos por onde estamos passando minha consorte e eu, infelizmente não estamos com sorte (haha!).

Voltando dessas férias merecidas e bem curtidas, haverá mais atualizações e apreciações acerca de botecos de praia, mercados públicos, jangadas, barcos no rio S. Francisco, Penedo (AL) e quetais.

Um beijo a todos neste ano que se encerra e votos de felicidade e prosperidade

Inté

quarta-feira, dezembro 14, 2005

lapinha

É engraçado como vc sempre pode conhecer novos lugares na cidade onde voce mora e ainda se impressionar. São Paulo é gigante. A quantidade de lugares que não se conhece se multiplicam a cada dia e é improvável que vc conheça um paulistano que diga convicto: "eu conheço minha cidade" .
Ontem fomos ao Lapinha...bar no bairro da Lapa (dãããr). A Lapa era um bairro de operários que cresceu às margens da estrada de ferro. Tem tradição boêmia. Tem um dos melhores mercados municipais de S. Paulo, ainda intocado pelo afã consumista de uma classe neorica que insiste em transformar autenticidade em beleza plástica e desfigurada, como aconteceu com nosso mercadão. Nada de hordas de madames comprando azeitonas gregas com seus cachorros de nomes esquisitos no mercado da Lapa - e ao contrário do que dizem as teorias que falam da degradação do espaço público, na Lapa o mercado se encontra conservadíssimo ainda que frequentado basicamente por trabalhadores das periferias da zona oeste. Mas me estendo, falava do Lapinha.

Confesso, para minha vergonha, que pensei se tratar de outro daqueles lugares feitos para serem "autênticos botecos antigos com 2 anos de idade" muito em voga na Vila Olímpia. A atmosfera me provou enganado. Você pode tirar esses preconceitos dando uma olhada no público. Nesse caso se notavam alguns boêmios aqui e ali, misturados com casais e, o que me chamou a atenção, algumas famílias, provavelmente de moradores do bairro, o que pra mim enobrece um ponto. Um lugar frequentado pelos locais só tem a ganhar. e prova que não existe preocupação com propaganda para outros públicos. De novo cito a Vila Olímpia como nêmesis: o público que a frequenta é basicamente de fora, de outros bairros, outros estados, países. Ali é a S. Paulo da grana, dos grandes negócios, dos abastados e da ostentação. Quem vai ostentar o que na Lapa? Venha o chope bem tirado, venha o bom petisco, venha o bom atendimento. Isso que importa.

No Lapinha, como nos bons bares, vc tem que conquistar o bar e não o contrário. O bom bar tem que ser conquistado como uma paquera. Deve-se saber o que pedir. Deve-se elogiar o chope quando bem tirado. Deve-se estudar o cardápio atentamente e perguntar sobre as especialidades caso não se saiba - e o cardápio da Lapinha é uma delícia com suas tiradas e textos excelentes. Demonstre interesse sobre ingredientes e histórias, quando estas existirem. O garçom se transforma. Do sujeito duro que reclamava, se transforma no amigo de anos quando voce paga a conta e agradece pelo atendimento.

Lapinha é minha última conquista...recomendo a todos. Vale o chope, valem as porções, vale o ambiente, vale o atendimento. Vale a pena.