segunda-feira, setembro 25, 2006

Recesso

Desculpem a demora...tive que ir ali comprar cigarro...como não tinha no bar ao lado tive que ir até Campinas...me disseram pra não beber a água de lá, então bebi cerveja mesmo que era de procedência confiável.
Ainda não considero esse post uma volta, como manda o figurino. Esses tempos de eleições...sei lá...fico assim meio reflexivo.
Não que não reflita na entressafra eleitoral. Me irrita é a profusão de soluções fáceis para problemas históricos e histéricos comum ao período. Me irrita a hipocrisia. Me irrita ser tratado como idiota acéfalo.
Daí fico assim, acéfalo, sem saber o que dizer.
Pra não dizer que não disse, o Chico fala por mim

Quem me vê sempre parado, distante
Garante que eu não sei sambar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não
posso pegar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando
Que eu vou aturar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá
revidar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente
cantar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera
gritar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar

segunda-feira, setembro 11, 2006

Feriado


Feriadão! Sexta-feira enforcada graças a duras negociações na empresa. Tempo de ficar de papo pro ar, curtindo umas e outras e jogando conversa fora, certo? Errado. Em Bertioga, na casa do sogrão, ficar de papo pro ar é coisa para se fazer nos dias de chuva, onde não resta outra possibilidade. Não me queixo. Esse corpinho com forma de gota que ostento andava demandando atividades físicas diferentes do levantamento de copo e do arremesso de amendoim (medalha de prata nos jogos de boteco de Porto Alegre em 1997).
A atividade se prenunciava simples: um passeio a uma cidade perdida no pé da serra. Esta, construída em 1910 (ano de fundação da usina hidrelétrica que a inspirou) escondia, além do charme das construções inglesas, uma ou outra corredeira estrategicamente disposta, alvos das nossas pretensões.
Para chegar à vila duas opções, um trem que subia a serra ou um barco que obviamente subia um rio. Fomos de barco, já que o trem já estava ocupado pelos mais experientes do grupo.
Passeio bacana. Mesmo. Me empolguei. Quem sabe dessa vez não haveria nenhum contratempo. Nenhuma caminhada sobre um campo de espinhosas ou sobre pedras que queimavam ao sol do meio dia. Ia por essas quando o motor parou. Parou por que? Porque, devido à maré baixa, o leito do rio não comportava a passagem do barco carregado com 8 passageiros. Desceriam os homens, e empurrariam o barco. Pensei em afinar a voz, ou imitar choro infantil, mas era tarde. Já requisitavam minha presença na popa.
Saímos da situação e seguimos viagem por mais 2 ou 3 minutos quando chegamos ao local de ancoragem e aí começa o suplício.
Como falei, a maré estava baixa, e não estava para peixe. O local de ancoragem estava a 8 ou 10 metros de onde paramos com o barco. Esses 8 ou 10 metros eram preenchidos por lama do mangue. A lama do mangue seria algo como um outro estado da água, entre o sólido e o líquido, e tende a recolher no seu interior os incautos que se aventuram a pisá-la. Gordos incautos aceleram o processo pelo excesso de tecido adiposo. Não sou incauto, mas a foto ao lado é o resultado da aventura. O tanque é cortesia do 'seu' Ulisses, morador local.