sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Toca do Tatu

Afora algumas experiências esparsas em bares de faculdade generosamente emprestados por amigos, faz uns dez anos que não experimento "the real thing".
Bar de faculdade é emoldurado de imberbes descobrindo os prazeres da vida e do álcool.
Bar de faculdade tem que ter banheiro fechado a chave, nem que seja o feminino, esta sob vigilância do proprietário ou do garçom mais antigo.
Em bar de faculdade não rola briga que não seja por ciúmes, de mulher ou de fígado mais resistente.
Bar de faculdade que se preze incomoda a vizinhança.
Em bar de faculdade às vezes aparece um bêbado amigo do estudante (fui ambos) ou anônimo que acaba amigo de todo mundo.
Bar de faculdade é indispensável na formação de um universitário. Os que passam incólumes não sabem o que estão perdendo.
Cerveja em bar de faculdade tem gosto diferente. Bebe-se brahma como se fosse a melhor cerveja do mundo.
George W. Bush, Bill Gates e FHC não frequentavam bar de faculdade.
Bukowski, Tim Leary e Aldous Huxley se não viviam lá, pelo menos passavam na porta.

Em bar de faculdade sempre tem um cara escrevendo.

este devaneio surgiu no bar "Toca do Tatu" próximo à Unip na rua Apeninos, onde um dia pretendo ter conta.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Renata

Hoje é aniversário da Renata, minha companheira.
Companheira, segundo verbete do "dicionário Leonardo de adjetivos emotivos", a gente conquista depois de bom tempo de história comum, descobrindo, rindo, chorando, bebendo e comendo e deixando de beber e de comer.
Queria escrever uma música que falasse de todas essas coisas. Dos dias de chuva e preguiça na cama. Das vezes em que cozinhamos juntos e das vezes em que nos cobramos por não fazê-lo. Das vezes em que pisei na bola e te deixei puta. Das várias vezes em que nos prometemos fazer caminhadas. De ficar discutindo a cor do sofá e se vamos trocar a geladeira sim ou não.
Que ela falasse desde aquele primeiro beijo na passagem da Consolação, sabe lá onde estávamos com a cabeça que acabamos vindo parar aqui anos depois, planos feitos e objetivos alcançados, muitos ainda a caminho.
Falasse ainda desse ano que começa atropelando com novidades e do medo já declarado que tenho de ficar longe de você, ao mesmo tempo em que olhando nos seus olhos perco o medo de tudo, até de cachorro e mariposa.
Não tem som essa música, minha querida, só aquele que reverbera aqui dentro quando penso em você, em nós e tudo o que temos pela frente. Você vai longe, eu tou indo logo atrás sem largar da sua mão, vendo se está tudo bem.

Te amo de amor.