sábado, maio 09, 2009

Profissão: jornalista

A decisão final (espera-se) deve ser tomada ainda esse ano pelo Supremo Tribunal Federal.
Vale mais um diploma de jornalista adquirido nas coxas de universidades caça-níquel ou a experiência de um profissional forjado no fogo de uma redação? E reparem que fui absolutamente subjetivo nessa proposição, bem à moda dos articulistas, tão em moda na nossa imprensa onde se obriga o diploma para o exercício da profissão de jornalista (e fui subjetivo de novo, tá?).
De um lado, o medo de que as porteiras das redações sejam abertas a qualquer idiota com qualquer idiotice a ser dita.
De outro, o medo de que as porteiras das redações fiquem fechadas para que idiotas selecionados digam suas idiotices.
Afinal, é um pedaço de papel que vai dizer que eu tenho "what it takes" para ser um jornalista?
Afinal, "what it takes" para ser um jornalista? Vocação? QI - o mensurável ou o indicável? Sangue azul? Sangue preto de tinta de impressão?
Sei que, por alto, na minha sala de aula, dos 42 proto-jornalistas, devem se tornar profissionais uns 5. E olhe lá!
Precisa de tanto trabalho-tempo?
Será que não mais-valia jogar o povo na redação pra ver no que dava?
Sei lá. Tou perguntando.
Sei que segundo o Observatório de Imprensa as coisas aí por fora das nossas porteiras funcionam assim, abrindo aspas:

A profissão pelo mundo

Assim como o Brasil, muitos países regulamentaram o ofício apenas no século 20. O Conselho Europeu de Deontologia do Jornalismo estipulou, em 1993, que os profissionais da área devem ter uma formação adequada. Essa formação varia de país para país, podendo ser horas de trabalho ou cursos.

** Alemanha: a profissão é regulamentada por meio do reconhecimento conjunto, por parte das empresas jornalísticas e das organizações profissionais, de um período de aprendizado prático de 18 a 24 meses.

** Argentina: para trabalhar como jornalista, não é necessário diploma universitário em qualquer área; basta provar que se atua na profissão.

** Bélgica: no país existe uma organização profissional que reconhece a ausência de impedimentos para o exercício da profissão. Mas existem vantagens salariais para os diplomados.

** Chile: não é necessário estar ligado a qualquer órgão de imprensa para exercer o jornalismo nem ter diploma universitário para desempenhar a função.

** Dinamarca: o acesso à profissão é condicionado à licença emitida pelo sindicato nacional dos jornalistas.

** Espanha: as regras no país são: ter nacionalidade espanhola, inscrição no registro de jornalistas e também a posse de diploma em Ciências da Informação ou experiência profissional entre dois e cinco anos.

** França: não há obrigatoriedade de qualquer formação superior.

** Grã-Bretanha: é necessário um estágio em empresa jornalística ou curso preparatório do Conselho Nacional de Treinamento de Jornalistas.

** Grécia: no país, existem duas opções: diploma em Jornalismo ou experiência de três anos na área.

** Itália: a profissão é regulamentada desde 1963, porém, desde 1908 é reconhecida legalmente. Não há obrigatoriedade de formação superior, mas para trabalhar é necessário o registro na ordem dos jornalistas, que é concedido somente após um estágio de 18 meses, comprovação de, pelo menos 45 horas de curso, e aprovação em um exame de proficiência.

terça-feira, maio 05, 2009

Virada Cultural 2009 - um apêndice

Durante o show do Odair José, conversávamos Herbert e eu sobre o papel da música dita brega.
Afinal de contas, o que tem de diferente naquilo que cantam o Odair, ou o Benito di Paula, ou o Wando se comparados com grandes monstros masters da música brasileira?
Se esses falam de coisas como romance, traição, dores-de-cotovelo, não o fazem também Jobins, Buarques, Vinicius e Gilbertos?
(Tenho que tomar cuidado com esse post, corro o risco de falar bobagem ou inflamar ânimos).
Tenho pra mim que a grande diferença entre esses artistas esta na forma como se traduzem os mesmos sentimentos.
Tem gente que se emociona com Chico cantando "Eu te amo", tem gente que se esbalda com Odair cantando "Doméstica". No limite não estão falando das mesmas coisas?
Mais lenha na fogueira foi inconscientemente colocada pelo Lucas quando me mostrou um artigo do Diogo Mainardi na Veja Online (não vou me dar ao trabalho de linkar...busquem aí, se tiverem saco).
No dito, Dieguito - el pela saco - faz uma crítica dos shows do Radiohead e do Kraftwerk em SP mês passado. Usa o espaço pra dizer que não gosta, não vê sentido, sente que sua geração foi perdida musicalmente. Tudo com sua verve punheteira característica.
O amor do cara pelo próprio umbigo não é o ponto onde quero tocar.
O ponto é que tem muita gente que se preocupa demais com forma e esquece um pouco do conteúdo. ( Os belos livros da Cosac-Naify não seriam mais um sintoma desses tempos?)
Não estou pregando um libelo a favor da música brega, mas também não estou fazendo o inverso. A pergunta é clara: quando falamos de arte, não estamos jogando com os mesmos sentimentos humanos desde sempre, independente do pacote?

domingo, maio 03, 2009

Virada Cultural 2009

Bacana essa edição da Virada...
Notamos algumas coisas como a maior quantidade de banheiros, a maior quantidade de informação sobre os palcos (toda esquina exibia totens com direção para os palcos e programação de cada um deles) e maior quantidade de bêbados.
Foi uma turma boa, representando as amizades distantes: Renê, Cabral e Bi, Herbert e Débora, a Jéssica - representando os colegas da Unip - e eu.
Abrimos os trabalhos na casa do Herbert e com o show do grande Benito di Paula, visivelmente bêldo e genial...Não faltaram clássicos como "Meeeeu amigo Charlie Brown" e outros de que não lembro.
Findo o show, demos um rolê pra ver o show do Joelho de Porco no palco dos roqueiros na República, mas pintou uma certa urgência, causada pelo alto consumo de cerveja e de uma bebida que a Bi descolou, que tinha o sugestivo nome de "pau do índio". A petizada precisou fazer xixi.
Até então, não tinha me atinado que agora sou possuidor de um celular que faz vídeos razoáveis e que podia postar os vídeos aqui pra dar uma idéia da festa pra vocês, mas consegui capturar o momento em que buscamos esse item raro para as mulheres: banheiro limpo e com papel:





Daí eu tive um pequeno piriri causado por um filé de brontossauro consumido no almoço e acabei indo pra casa cedo, o que até foi bom porque eu tinha planos de ver o show do Nação Zumbi ao meio dia do domingo. Vi o dito com o Herbert e a Débora.
Depois do Nação, Herbert e eu fomos ver Odair José, no mesmo palco onde já tinha se apresentado Benito di Paula. Se tivesse que votar no melhor palco da virada, votava nesse. Taí um videozinho que mostra um momento inusitado do show.



Por fim, uma homenagem pra Renata, na voz do grande Odair...