terça-feira, agosto 22, 2006

Nações Unidas

Pra variar foi no Ibotirama, na última sexta. Estávamos na mesa dois amigos do trabalho, Rê, meu cunhado, a namorada, um primo da Rê e eu. Uns gringos sentaram-se na mesa em frente. Não me perguntem como nem porquê estavam interagindo com a gente menos de 5 minutos depois de terem chegado. Podem ter sido os sambas antigos que o Fernando estava puxando. Pode ter sido o clima animado da mesa.
O fato é que de 6, viramos 9. Os gringos eram figuraças: um de Trinidad-Tobago, outro da Guiana Francesa e um terceiro, inglês. A nós se juntou uma outra menina, que ia passando e nem ia ficar, mas ficou.
Cada vez me convenço mais de que bar é o ponto de convergência definitivo entre as culturas. Brancos, negros, amarelos, azuis, verdes e vermelhos tem seus momentos de confraternização. Penso que invariavalmente envolvam algum tipo de alucinógeno e discussões sobre a bunda da vizinha (quando não há mulheres presentes, claro fique).
O fascinante é que esses momentos de confraternização (pelo menos aqueles dos quais participei, que não foram poucos e me conferem certa autoridade no assunto) permitem, após certa dose dos químicos envolvidos, a participação de qualquer outro ser humano independente de gênero, raça, credo, posição política ou bunda. O único pré-requisito é compartilhar o momento e os químicos envolvidos. Ou não. Mais vale a pré-disposição em confraternizar.
Daí, viagem minha, pensei na ONU e sua ineficácia em fazer valer o bom-senso nos mais variados assuntos, posto que se trata de organismo internacional onde se sentam mais de cento e tantos líderes, mais de cento e tantas opiniões.
Pensei como tudo seria diferente se ao invés daquela sala circular fosse instalada uma grande mesa de bar. Podia ser até patrocinada pela Brahma.
O resto já se enxerga: os líderes mundias de gravata afrouxada, pedindo cerveja - obviamente haveria cerveja e outras bebidas de todas as regiões do mundo, para se evitar qualquer conflito diplomático - dedos levantados, mas pra chamar o garçom. Videokês...tá bom, esqueçam os videokês...
Jogos começariam: palitinho, moeda ao copo, vira-vira. Não demoraria alguém iria imitar o Frank Sinatra, ou o Silvio Santos. No fim...rodadas e rodadas depois, todos abraçados, amigões, desculpas por ter gritado no outro dia, e pra casa levar esporro do cônjuge.
O mundo ideal seria a grande mesa de bar. Cada um na sua, respeitando a do outro, valendo tudo...só não vale derrubar a cerveja.

Um comentário:

Anônimo disse...

ieba, está em forma o grande leo! sim, as maiores confabulações e as mais grandíloquas pacificações devem mesmo ter nascido em ambientes como os botecos relatados no BOTECO DO LEO.
arrout!