quinta-feira, agosto 07, 2008

Os leitores que me desculpem, mas minha cabeça está tão cheia de merda que essa vai ser uma das coisas mais pesadas que já escrevi. Estão avisados, sigam por sua conta e risco.

Estava no bar já fazia tempo. Encheu a cara de cerveja e cachaça com mais dois amigos que fizeram o mesmo. O amigo 1 vai levantando:
- Vamos embora dessa merda que amanhã eu tenho que trabalhar...
O amigo 2 pega a mochila:
- É
Ele não se manifesta, fica chupando o cigarro com o olhar semicerrado de um bêbado pensando bobagem. Os amigos 1 e 2 se olham e ficam em pé pateticamente esperando uma reação. Sabem que ele não vai embora, vai acabar se acabando em outro lugar.
- Eu não vou embora, vou tomar uma saideira em outro lugar.

Outro lugar.

Ele entra e pede um pint de guinness de entrada e repara em três sujeitos com cara de gringos que olhavam para ele enquanto pedia. Pegou o copo e fez um brinde "to the brazilian pussys". Risadas, brindes, enfim.
Um dos gringos se aproximou com seu copo e tentou falar num português (macarrônico? enrolado? como se diz isso em português?)
- Eshtá bem meo amigo?
- Let´s speak in english, buddy?

Os próximos diálogos são traduzidos do inglês...sherto?

- Obrigado
- Por que?
- Porque aqui ninguém fala inglês.
- É, em termos de inglês somos novaiorquinos, não nos comunicamos.
- Haha...então, o que você faz?
- Eu bebo...muito. E você?
- Sou escritor
- Que merda, hem?
- Não é tão ruim, eu escrevo coisas para os outros.
- Que merda, hem?
- Olhe, eles pagam um bom dinheiro, o suficiente para eu estar, por exemplo, visitando a porra do seu país.
- É tão ruim?
- Cara, eu não consigo andar 100 metros sem alguém me olhar como se eu fosse um ET.
- Olha, do jeito que eu vejo, vocês são meio que ETs. Depois, de que porra você tá falando? Se a situação fosse inversa, e eu visitasse seu país com essa minha cara vestindo uma camiseta de time brasileiro EU ia ser a atração...
- Haha, verdade. Quer saber? Vamos num puteiro?
- Puteiro? Daqueles?
- Daqueles...
Saímos os dois cambaleando, tropeçando naquelas calçadas cheias de lua e vômito, atrás das putas.
Elas estavam em todos os lugares, em todas as esquinas, elas cantavam, elas rebolavam, elas botavam os rabos pra dentro de janelas de carros. A gente passava. Olhava. E mais pra baixo. E mais.
Entramos num puteiro que anunciava uma sauna. Ofereceram toalhas. Ficamos com nossos cigarros e a cerveja a 10 reais a lata. Estava tudo bom. Estava tudo muito bom.

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