quinta-feira, outubro 23, 2008

Notícias e ...notícias



Olá camaradas.
Esse não é, por essência, um espaço político. Mas sendo a política um assunto que também cabe em botecos, resolvi dar aquele pitaco.
Me motiva o mal-caratismo da Folha Online, claramente em campanha pró Gilberto Kassab para prefeito de SP. Sabem, não tem nada de errado em assumir uma posição política. A própria Folha em outros tempos, via editorial, assumiu claramente posições políticas a favor de determinadas campanhas ou candidatos. Lembro (mesmo) do editorial onde a Folha se declarava abertamente à favor das eleições diretas. Lembro de outros que defendiam o voto contra o sr. Fernando Collor de Mello. Tudo muito aberto, muito ao contrário da pataquada que vejo hoje.

Em manchete de capa hoje à meia noite, a publicação online diz o seguinte:

Kassab amplia vantagem sobre Marta, diz pesquisa Datafolha.

No parágrafo que se segue ao título, o seguinte texto: "De acordo com pesquisa Datafolha, Kassab tem 54% das intenções de voto, contra 36% de Marta. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos."

Muito bem. Clicando-se na matéria, temos o seguinte título.

Kassab lidera em SP, Marta diz que resultado da urna é o que vale.

Tom bem diferente do que tínhamos na capa, não?
A brincadeira não pára aí. Vemos pelo gráfico exposto na matéria que desde a última sondagem do próprio Datafolha ambos os candidatos oscilaram um ponto. Kassab subiu um ponto. Marta caiu um ponto.
Voltando ao texto dado após manchete de capa temos que a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O que nos leva a qual brilhante conclusão?
Que NADA mudou da penúltima pesquisa do Datafolha para a última!

Pergunta-se: o que levou à manchete do site da meia noite desse dia 23 de outubro?

Acho que estou enterrando qualquer chance, se é que tinha alguma, de trabalhar para a FSP.

segunda-feira, outubro 20, 2008

110. hangar


Provavelmente o lugar abrigou bandas boas.
Provavelmente.
Os espíritos dessas bandas circundam o bar sujo, a pista de chão grudento, a mesa de som com suas grades de ferro entrelaçado.
Mas falham ao tentar se comunicar com os mortos-vivos que habitam nossos tempos. A começar do operador da mesa, que insiste em não ouvir os gritos da vocalista de uma boa banda dos nossos tempos reclamando do retorno que não funciona e do baixo que soa como o peido de um velho senil. As meninas do Dominatrix dão seu melhor para um público de garotos que seriam currados em qualquer festa nos anos 80 ou 90, sinal dos tempos mórbidos em que vivemos.
Ao bom som punk da banda, meninas agem como os meninos daqueles tempos dourados e pulam umas sobre as outras. Quanto aos meninos, preferem se amassar vestindo camisas do Charlie Brown - não a banda descartável, mas o personagem de Shultz - não é uma cena bonita.

Penso no espírito das bandas punk de outros tempos: Inocentes, Replicantes, Verminose...todas dando sua benção às garotas e cuspindo na cara desse público besta limitado ao Folhateen ou à discoteca dos pais. Os pais, esses sim responsáveis por essa onda emo deplorável com seus discos da Legião Urbana. Educação! O que falta a essa gente é educação! Escreveria um novo código se me fosse dada a permissão. Começaria dizendo que toda criança tem que aprender a cuspir no chão e a beber cerveja, pra não fazer merda depois de grande.
Deixa o titio contar uma coisa pra vocês, crianças: quando o titio garçom era criança como vocês, titio trabalhava e pagava a própria cerveja. Ia pra festa (que vocês chamam de balada) à pé e voltava à pé trançando as pernas.
Mas o titio garçom já está indo longe demais...querem mais uma cerveja?
Ouçam Dominatrix.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Roger

Quero, de verdade ( de verdade ), fugir da pieguice. Quero fugir de palavras vãs e promessas de um futuro de abraços e tapas nas costas. E não quero. Quero agora os abraços e os tapas nas costas, egoísta que sou. Mas vá lá...o bom senso manda que a gente espere. Que a gente deseje o melhor e que os tapas nas costas sejam válidos mesmo à distância. Viva o bom senso. Vivam as promessas.

Esse post começou no sábado passado, sem saber exatamente onde ia parar. Parou no sábado mesmo. Tínhamos nos despedido dentro do carro. Chovia, providencialmente ou não, o que tornou a despedida mais breve do que deveria ou poderia. Alguém que cantou "i do my crying in the rain", sabe do que eu estou falando.

Do começo, agora.

Eles conheceram a gente antes deles, o Roger e a Isa. Foi na praça de alimentação do Frei Caneca, e eles acharam a gente uns malas à primeira vista. (verdade, pergutem pra eles). Não lembro qual foi nossa primeira interação de fato, mas lembro de algumas que explicam bem o que e por quê a gente sente por eles o que a gente sente.

Eles nunca deixaram a gente sair de casa à pé.

Tentamos. Mas eles nunca deixaram a gente ir a um lugar em comum à pé. Moramos perto, dividimos o mesmo bairro...eles nunca deixaram a gente chegar a pé em lugares onde fomos juntos.

Imagem & Ação

Foram noites intermináveis jogando...absurdos fantásticos surgiram como uma arma laser que fazia curvas...homens das cavernas de terno e gravata...as coisas mais absurdas e deliciosas.

Sabores

Vocês são responsáveis por alguns dos sabores novos que passaram por essa boca cheia de frescuras.









Os "vales"

Trocamos vários vales. Vale-caipirinha, vale-croissant, vale-aposta e o inesquecível vale-roubada, em um dos nossos muitos programas de índio.



O fondue-dançante.



Nem fondue - talvez a mais fresca das comidas depois do escargot e do caviar - a gente levou a sério. Dançamos em roda pela mesa posta, garfinhos em riste, ao som de Feijoada Completa.







Momentos macho.

pôquer...ir no mercado em florianópolis comprar cerveja...andar na praia falando delas...pós-operatório num ônibus em direção ao "Planeta´s"...chope no "Bar do Leo"...os caras na mesa de um bar, cerveja gelada, caipirinha bem feita. Que mais, Roger? Que mais?









Inaugurações.

Quem conhece Renata e eu sabe que nós somos chegados numa inauguração. Roger e Isa estiveram presentes em todas. Foram dois apartamentos, a mesa, a geladeira vermelha...a lista só cresce.








Sério agora.


Amigo querido, sorte pra caramba pra você nessa empreitada. Continuaremos seguindo as coisas e prometemos deixar a caipirinha exatamente onde você deixou, pra quando você voltar. Um beijo e boa sorte de todos nós pra você.

domingo, outubro 05, 2008

Da série links inúteis em notícias tenebrosas

Com essa moda de rechear páginas de informação com links para vendas pela internet, às vezes acontecem coisas escabrosas como essa daqui:
A Folha dá notícia de queda de 15% no índice Bovespa, anulando os ganhos dos últimos dois anos.
No rodapé da notícia catastrófica, oferece o livro "Veja como enriquecer na bolsa com conselhos de economistas". Patético.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Azeitona

- Tou te falando cara...eu ia a 170 por hora...lá longe aquele troço...parecia uma azeitona...e a azeitona ia crescendo no parabrisa. Cada vez mais. A minha mulher grávida do meu lado e o carro a 170 por hora...e a porra da azeitona crescendo...eram 4 faixas e eu estava na terceira da direita pra esquerda. A porra da azeitona na quarta, ou seja, eu ia passar a porra da azeitona pela direita. Quando deu pra ver que a azeitona era outro carro, a porra da azeitona resolve virar noventa graus pra direita. PRA DIREITA! Na minha direção! A porra da azeitona resolve atravessar a porra da pista pra parar no acostamento à minha direitaa. E eu a 170 por hora com minha mulher, grávida, no banco do carona. Passei voando pela porra da azeitona que era uma porra de carro e senti que o vidro do lado da minha mulher formou uma bolha prestes a estourar. Naquele segundo que valeu um minuto eu tive vontade de desviar o carro mas eu estava a 170 por hora, e isso era a pior merda que eu podia fazer.
- Passei pela porra da azeitona e reduzi. Encostei no acostamento e meu coração parecia querer pular pela garganta. Pus minha mão direita no peito da minha mulher e o coração dela não estava lá. Pus a minha mão esquerda na barriga dela e o coração do meu filho parecia um celular programado pra vibrar. Nunca mais. Nunca mais.